Vitorino Nemésio foi um poeta, ficcionista, ensaísta, cronista e crítico literário, natural da Praia da Vitória, na ilha Terceira, onde nasceu a 19 de dezembro de 1901. A sua vocação literária haveria de brotar quando frequentava o Liceu, com o livro de versos “Canto Matinal”.
Após cumprir o serviço militar, haveria de seguir para Coimbra, cidade onde concluiria os estudos liceais no ano de 1921, ingressando depois na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Em 1924 transfere-se para o Curso de Ciências Histórico Filosóficas, da Faculdade de Letras da mesma Universidade e, em 1925, matricula-se no curso de Filologia Românica. No decorrer da sua estadia conimbricense, em 1926, haveria de casar com Gabriela Monjardino de Azevedo Gomes, com quem teve os seus quatro filhos.
Em 1930 haveria de rumar para a cidade de Lisboa, onde terminaria o curso de Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com elevadas classificações, começando, de imediato, a lecionar na mesma universidade, onde se viria a doutorar no ano de 1934.
Em 1937, fundaria, juntamente com Alberto Serpa, a “Revista de Portugal”, uma publicação filosófica e literária. No seu percurso académico registaram-se passagens pela Bélgica, Brasil, Espanha, Holanda e França, tendo sido distinguido como “Doutor Honoris Causa” pelas Universidades de Montpellier e do Ceará.
A sua produção literária, deambulando entre a prosa e a poesia expressava as linguagens estéticas contemporâneas como o imagismo, o surrealismo ou o existencialismo, emanando frequentemente a natureza e o horizonte da sua ilha natal.
De entre as suas obras destaca-se “Festa Redonda” (1950), “Nem Toda a Noite a Vida” (1952), “O Pão e a Culpa” (1955), “O Verbo e a Morte” (1959), “O Cavalo Encantado” (1963), “Canto da Véspera” (1966), “Sapateia Açoriana” (1976), tendo obtido singular reconhecimento o romance “Mau Tempo no Canal” (1944), galardoado com o Prémio Ricardo Malheiros. Em 1966 seria também agraciado com o Prémio Nacional de Literatura.
Viria a falecer a 20 de fevereiro de 1978, em Lisboa, tendo sido sepultado, por sua vontade, no Cemitério de Santo António dos Olivais, em Coimbra.