O Infante D. Henrique é o protagonista maior dos Descobrimentos portugueses e mentor da descoberta e povoamento do arquipélago dos Açores. Membro da Ínclita Geração, foi o terceiro dos seis filhos sobreviventes do Rei D. João I e de D.ª Filipa de Lencastre, tendo nascido na cidade do Porto a 4 de março de 1394. Promotor e herói da conquista de Ceuta em 1415, a partir deste feito não mais deixou de olhar o mar como um desafio a superar. O seu investimento pessoal na abertura dos caminhos do Atlântico mudou a relação do ser humano com os oceanos e transformou a história do mundo para sempre. Ao contrário da ideia que a historiografia romântica cultivou, não foi em Sagres, mas sim em Lagos que assentaria a base da expansão marítima portuguesa, a partir da década de 1420. Homem muito poderoso, era Duque de Viseu, Senhor da Covilhã e administrador da Ordem de Cristo, cujo símbolo desfiaria nas velas das embarcações, tendo-se retirado para Lagos, imediatamente após a conquista de Ceuta. Reunindo um grupo de eruditos e homens da ciência, portugueses, maiorquinos, genoveses e venezianos, lançou o empreendimento da expansão marítima, que liderou com sucesso até à sua morte. Reconhecido na Europa, como atesta o testemunho do italiano Poggio Bracciolini ao Infante, que o equipara a Alexandre, o Grande, ou Júlio César, o principal relato sobre a sua sua vida deve-se a Gomes Eanes de Zurara, que traça o Infante como alguém quase sobrenatural. Segundo o seu relato, o Infante era um trabalhador aplicado e obstinado. A sua obstinação ficaria bem patente na insistência em manter Ceuta, apesar do preço a pagar ter sido o cativeiro e morte do seu irmão, D. Fernando, depois cognominado de "Infante Santo". Além dos Açores, protagonizou também a descoberta e o povoamento do arquipélago da Madeira, tendo sido por sua iniciativa que foi introduzida a cana-de- açúcar.
Refugiando-se numa vida de solidão e introspeção, faleceu a 13 de novembro de 1460, no promontório de Sagres, o lugar que escolheu para viver os seus derradeiros anos