Pedro da Silveira foi um ensaísta, crítico literário, investigador, jornalista, tradutor e poeta açoriano, natural de Fajã Grande, na ilha das Flores, onde nasceu a 5 de setembro de 1922.
Manifestando uma particular acuidade e uma inquietação na sua juventude, após frequentar o Seminário de Angra do Heroísmo, completaria os estudos liceais naquela cidade e em Ponta Delgada, onde iniciaria a sua atividade literária.
Profissionalmente foi agricultor, escriturário, delegado de informação médica, tendo vindo a fixar-se definitivamente em Lisboa a partir de 1951, tendo ingressado como bibliotecário na Biblioteca Nacional. Neste período, iniciaria uma intensa atividade cultural como contista e ensaísta, dedicando-se ainda à investigação em história da cultura, folclore e etnografia portuguesa, particularmente do arquipélago dos Açores.
A poesia foi o âmbito em que mais se destacou, sendo marcada pelo forte teor de realismo de expressão, inspirando-se em poetas como Cesário Verde ou Vitorino Nemésio, sempre transparecendo a presença da “açorianidade”. Entre as suas obras destaca-se “A Ilha e o Mundo” (1952); “Sinais de Oeste” (1962), “Corografia” (1985), “Poemas Ausentes” (1999) e a coletânea “Fui ao Mar Buscar Laranjas”, além da “Antologia de Poesia Açoriana do Século XVIII a 1975” (1977).
Na sua investigação histórico-literária, registam-se estudos dedicados à literatura portuguesa, nomeadamente sobre o realismo, do parnasianismo e simbolismo. Deixou ainda uma vasta e dispersa colaboração por jornais e revistas, entre os quais se destaca a “Seara Nova”, de que foi redator até 1974, na qual obteve destaque pela sua oposição ao regime fascista.
Estava a elaborar a “Antologia de Contos Açorianos” quando morreu, em Lisboa, a 13 de abril de 2003, sendo reconhecido como um dos mais ilustres florenses e um exemplo, sadio e forte, do que é ser-se açoriano no Mundo.