O rei D. João III é um dos mais celebrados monarcas portugueses. Herdeiro de um vasto império marítimo que se estendia pelo Oriente, África e Américas, governou Portugal e os seus vastos domínios entre 1521 e 1557.
Filho primogénito do segundo casamento do rei D. Manuel I com D.ª Maria de Aragão, filha dos reis católicos, nasceu em Lisboa no ano de 1502. Durante o seu governo registou-se a expansão do domínio português no Oriente e a ocupação progressiva dos territórios do Brasil, instituindo as capitanias.
Muito interessado no papel dos Açores na expansão marítima, seria o Rei D. João III quem elevaria Ponta Delgada a cidade em 1546 e quem tornaria Angra na sede do recém-criado bispado das ilhas, no ano de 1534, elevando-a também, nesse momento, à categoria de cidade.
Reconhecido pelo cognome de Piedoso, manifestaria uma singular religiosidade, tendo acolhido com entusiasmo os primeiros missionários jesuítas, entre os quais se contava São Francisco Xavier, facto que provocaria o advento da província portuguesa da Companhia de Jesus, a primeira da história desta ordem religiosa.
Foi também D. João III o responsável pelo surgimento do Tribunal do Santo Ofício em Portugal, em 1536, e pela instalação definitiva da Universidade em Coimbra, salvaguardando assim a intelectualidade das ideias que poderiam aportar em Lisboa.
Com a anuência da Santa Sé, reformaria a Ordem de Cristo e a sua sede em Tomar, torando os monarcas portugueses nos seus legítimos administradores, passando para a sua alçada o papel regulador do império ultramarino português. Nesse seguimento, extinguiria o padroado da Ordem de Cristo no Ultramar criando a Diocese do Funchal para dirigir as igrejas que detinha nas Ilhas, em África, Ásia e no Brasil.
Após 36 anos de reinado, D. João III viria a falecer em Lisboa, a 11 de junho de 1557, tendo sido sepultado no Mosteiro dos Jerónimos. Apesar dos nove filhos gerados, por ocasião de sua morte só tinha como herdeiro vivo o seu neto, D. Sebastião, com apenas três anos de idade.