A ilha das Flores é uma das mais belas ilhas do arquipélago açoriano, sendo o território mais ocidental de Portugal e da Europa. Integrando o Grupo Ocidental do arquipélago dos Açores em conjunto com a ilha do Corvo, tem uma área com 141 km² e uma população que não atinge os quatro milhares de habitantes, subdivididos pelos municípios de Santa Cruz e das Lajes. Descoberta no ano de 1452 por Diogo de Teive, foi inicialmente designada de ilha de São Tomás ou de Santa Iria, sendo posteriormente denominada de Flores, devido à profusão de cubres, uma planta costeira, frequente em falésias e depósitos de areia, que exibe flores com tonalidade amarelada, uma espécie que terá sido trazida por aves migratórias desde a península americana da Flórida. Com um território sublinhado pela sua escarpada zona costeira, a ilha destaca- se pelos seus abundantes aquíferos, que a vão preenchendo de lagoas, cascatas e regatos, que servem de fundamento à sua natureza frondosa e viridente, de onde ressalta as suas hortênsias de cor azul. O seu ponto mais alto é o Morro Alto, com 914 metros de altitude. Influenciada, tal como as ilhas do Grupo Central, pela presença de colonos flamengos, foi também iniciada no cultivo do pastel. A atividade baleeira seria outra das bases da sua economia. Muito acossada por corsários ingleses no final do século XVI, a ilha das Flores, tal como a vizinha ilha do Corvo, sofria com o distanciamento geográfico relativamente às demais ilhas do território açoriano, no qual apenas seria plenamente integrada a partir do século XVIII. Devido às particularidades do seu património natural, nomeadamente a abundância de florestas da Laurissilva típicas da Macaronésia, bem como dos seus recursos paisagísticos, geológicos, ambientais e culturais de grande importância, aos quais se associam as áreas marinhas adjacentes, em 2009, a UNESCO incluiu a ilha das Flores na Rede Mundial de Reservas da Biosfera.