Pêro de Teive foi um ilustre morador quatrocentista da freguesia de São Pedro, que tinha o ofício de escrivão, que teve um papel determinante na elevação a vila de Ponta Delgada e na sua afirmação como principal núcleo urbano da ilha de São Miguel.
Deve-se à iniciativa de Pêro de Teive a abertura de uma calheta que se afirmaria como o principal porto da ilha de São Miguel, em detrimento da irregular zona portuária de Vila Franca do Campo, provocando o desenvolvimento de Ponta Delgada e a sua elevação a vila pelo Rei D. Manuel no ano de 1499.
Com o objetivo de encontrar um lugar com melhores condições para as embarcações aportarem na ilha, devido aos perigos e dificuldades da sua acidentada e escarpada zona costeira, mobilizando a população da freguesia de São Pedro, Pêro de Teive empreendeu a despedração da enseada que se abria junto do bairro piscatório de São Pedro. Aquela calheta tornar-se-ia rapidamente no principal porto da ilha.
Devido ao seu papel fundamental para o surgimento do seu ancoradouro, e consequente desenvolvimento urbano e demográfico de Ponta Delgada, até hoje o lugar daquela enseada, localizada na freguesia de São Pedro, é designada como Calheta Pêro de Teive. A Calheta, localizada na zona compreendida entre a Rua do Calhau e a antiga estrada da Ribeira Grande, foi, entretanto, aterrada e urbanizada.
Seria também Pêro de Teive o primeiro subscritor da missiva dirigida ao monarca português solicitando o reconhecimento de Ponta Delgada como vila, fomentando a sua autonomia relativamente a Vila Franca do Campo.
Nas décadas seguintes, Ponta Delgada iria crescer significativamente, na proporção inversa do definhamento de Vila Franca do Campo. Esta situação seria fomentada pela instalação da Alfândega em Ponta Delgada no ano de 1518, e pelo violento terramoto que arrasaria Vila Franca do Campo em 1522, provocando a transferência de uma parte significativa dos seus moradores para a Ponta Delgada, que seria elevada a cidade no ano de 1546.