Há muito, muito tempo, vivia uma viúva com o seu filho João numa cabana numa aldeia longínqua. A viúva era muito pobre e mal podia arranjar comida para ela e o filho sobreviverem. Num dia de inverno, quando já não restava quase comida nem dinheiro nenhum, a viúva chamou o filho e disse:
– João, já quase não temos comida e não há dinheiro. Por isso, vamos ter que vender a vaca. Vais levá-la ao mercado da cidade para vendê-la.
– Não te preocupes, mamã. Amanhã parto mal o sol nasça e só volto após ter arranjado um bom preço para a vaca. – respondeu o filho.
No dia seguinte, muito cedo, João pôs-se a caminho da cidade com a vaca. Estava muito frio e o rapaz apressou o passo. A meio do caminho encontrou um homem com umas longas barbas brancas e uma capa comprida. O homem perguntou a João para para onde ia e o rapaz explicou que ia vender a vaca. Dito isto, o homem propôs a João vender-lhe a vaca a troco de cinco feijões mágicos.
O rapaz respondeu que não estava interessado. Mas o homem acabou por convencê-lo que, ao ficar com aqueles feijões, ele e a mãe nunca mais passariam por dificuldades.
Assim, João aceitou a troca e voltou para casa sem a vaca e com os cinco feijões no bolso.
Ao chegar a casa tão cedo, a mãe foi logo perguntar-lhe como tinha vendido tão rapidamente a vaca e quanto tinha recebido por ela. Quando João lhe mostrou os feijões, explicando à pobre mulher que eram mágicos, ela ficou furiosa.
– Oh valha-me Deus, como é possível que te tenhas deixado enganar? Como vamos nós sobreviver com cinco feijões?
Dito isto, agarrou os feijões e atirou-os pela janela fora.

No dia seguinte, João levantou-se, sentiu-se arrependido com a venda da vaca por cinco feijões. Mas ao ir à janela, apanhou um enorme susto! É que à sua frente encontrava-se um pé de feijão. Mas não era um pé de feijão qualquer. É que este pé de feijão era gigantesco e chegava às nuvens! Intimidado, mas curioso, Joao pôs-se a subir a gigantesca planta. Assim que atravessou as nuvens deparou-se com um castelo, também este enorme. Dirigiu-se ao castelo que era digno de um gigante. Mas mal entrou, viu à sua frente uma mulher enorme que imediatamente o agarrou.
– O que fazes aqui meu rapaz? – perguntou a gigante.
– Bom dia, minha senhora.- Respondeu João que era bem-educado.- Subi por um pé de feijão até aqui e agora tenho muita fome.
– Com que então queres comer…- respondeu a gigante, que era na verdade a mulher de um ogre muito mau. – Pois eu vou sim dar-te de comer ao meu marido que gosta de comer criancinhas.
E dito isto, meteu-o num armário. Mais tarde, o marido, o ogre gigante e mau chegou ao castelo. Mal entrou na sala chamou a mulher e disse:
– Mulher, cheira-me a criança fresca! E eu estou cheio de fome!
– Pois vais ter um jantar especial. Vou já acender o fogo! Na cozinha tenho uma iguaria especial!
Entretanto, o gigante que estava aborrecido porque tinha que esperar pelo jantar, pediu à mulher que lhe trouxesse uma gansa que punha ovos de oiro e que mantinha cativa. Pediu ainda que ela lhe trouxesse os seus sacos de moedas de oiro que tinha roubado só para se entreter.
Enquanto a mulher gigante ia fazer o que o marido lhe tinha pedido, João conseguiu escapulir-se por uma pequena fresta do armário. Como o móvel era gigante, qualquer fresta era o suficiente para ele passar. Cuidadosamente, o rapaz foi descendo até ao chão. Chegou à sala e encontrou o gigante distraído. Então, agarrou na gansa e num saco de moedas de oiro e fugiu em direção à porta do castelo.
O gigante apercebendo-se da falta da gansa e do saco de moedas de oiro chamou a mulher. Esta foi verificar o armário e depois descobriu que o rapaz tinha fugido. O gigante foi a correr na direção do pé de feijão e começou a descê-lo. Enquanto isto, João acabou de descer o pé de feijão e foi a correr ter com a mãe. Esta já estava preocupada com a ausência do filho. O rapaz contou-lhe rapidamente o sucedido e que era necessário ir imediatamente cortar o pé de feijão com um machado. A mulher foi imediatamente fazê-lo. O malvado ogre ficou pendurado no pé de feijão e teve que voltar a subir para o castelo, ficando sem acesso à terra.
João e a mãe ficaram com o saco de moedas de oiro e com a gansa que punha ovos de oiro. A partir desse dia nunca mais tiveram dificuldades e passaram a viver muito felizes.