A Festa dos Tabuleiros é a principal celebração comunitária de Tomar, sendo uma das práticas e manifestações coletivas mais carismáticas que decorrem em Portugal. Realizada de quatro em quatro anos, nos primeiros dias de julho. A história desta celebração está associada ao culto do Espírito Santo, que seria presumivelmente de particular afeição da Rainha Santa Isabel, esposa de D. Dinis. Fortemente enraizada em todo o território nacional, nomeadamente no arquipélago dos Açores, o culto ao Espírito Santo tem a sua expressão mais peculiar na cidade de Tomar. O elemento central das festas são os tabuleiros coloridos, que integram o grande cortejo, que sai às ruas no domingo. Devendo ter a mesma estatura que a rapariga que o vai conduzir, o Tabuleiro deve ser decorado com flores de papel, espigas de trigo, além de 30 pães, cada um com 400 gramas, enfileirados nas canas do cesto de vime em que o tabuleiro assenta, que deve estar adornado com um pano branco bordado. Encimando o Tabuleiro está uma coroa, rematada pela Cruz de Cristo ou pela Pomba do Espírito Santo. O grande cortejo dos Tabuleiros inicia-se com os fogueteiros, trajados de branco com uma faixa encarnada, seguindo-se os gaiteiros e as bandas. Depois segue- se o Pendão do Espírito Santo, transportado pelo Presidente da Câmara, secundado pelos convidados de honra que transportam três Coroas, sucedidos pelos Pendões e Coroas de todas as freguesias do concelho, acompanhados pelos respetivos Tabuleiros ornamentados e conduzidos por pares. Os pares obedecem a uma forma de trajar tradicional. As mulheres vão vestidas de branco com uma fita colorida a cruzar o peito, transportando os tabuleiros sobre a cabeça, enquanto os homens devem envergar uma camisa branca, calças escuras, barrete ao ombro e gravata da cor da fita da rapariga. Na Festa dos Tabuleiros, para além do grande cortejo dos Tabuleiros, realizam- se também o Cortejo dos Rapazes, o Cortejo do Mordomo e os Cortejos Parciais. As ruas da cidade são ornamentadas pela população, com recurso a flores, pão e espigas de trigo, ganhando um colorido singular.