Diogo de Torralva é um dos nomes inevitáveis do Convento de Cristo e da história de arte em Portugal. Escultor e arquiteto não se sabe exatamente a sua proveniência, apontando-se como hipóteses o Piemonte e Castela.
Desconhece-se exatamente como foi o sucedeu a sua chegada a Portugal, sendo o seu primeiro trabalho documentado o projeto do túmulo de D. Luís da Silveira, em Góis, no ano de 1529, cuja execução esteve a cargo de Diogo de Castilho.
Cinco anos depois, em 1534, contrairia matrimónio com a filha de Francisco de Arruda, o arquiteto da Torre de Belém, tendo colaborado com o seu irmão, Gonçalo de Torralva, em Tomar, Miranda do Douro e Guarda.
No mesmo ano, tornou-se mestre das obras régias, tendo sido encarregue das obras de edificação da Igreja de Nossa Senhora da Graça, em Évora. Outra das obras que lhe seria confiada foi a capela-mor da igreja do Mosteiro dos Jerónimos, onde trabalhou entre 1550 e 1551.
Assumiria também o cargo de mestre das obras dos Paços de Évora, alargando a sua missão a todo o território alentejano, em virtude do falecimento do seu sogro, Francisco de Arruda, que desempenhava esta missão.
Entre os anos de 1554 e 1562, foi encarregue da reforma que o rei D. João III pretendeu levar a efeito no Convento de Cristo, em Tomar, onde seria responsável pela reedificação do seu claustro principal. Projetada a partir de 1557, ao estilo do “cinquecento” italiano, esta obra é considerada a primeira expressão da linguagem maneirista em Portugal. O projeto do claustro do Convento de Cristo seria negociado ao longo de dois anos com o próprio rei D. João III, que viria a falecer antes da sua adjudicação.
Além do Convento de Cristo, participou em obras na cidade africana de Mazagão, no ano de 1541, tendo também projetado a Igreja do Bom Jesus de Valverde em Évora. Poderá registar-se ainda a sua intervenção na Ermida da Conceição, em Tomar e no Convento da Madre de Deus, em Lisboa.
Considerado o introdutor do maneirismo em Portugal, Diogo de Torralva veio a falecer em 1566.