O Rei D. Manuel I foi um dos mais célebres monarcas portugueses, tendo reinado em quatro continentes e três oceanos. Conhecido como o Venturoso, governou entre 1469 e 1521, vinte e seis anos marcados por período de grandes navegações e descobertas. Quinto rei da dinastia de Avis, sucedendo inesperadamente ao seu primo, era filho de D. Fernando, duque de Beja, e de D.ª Beatriz, sendo neto do rei D. Duarte I e irmão da rainha D.ª Leonor. Além da afirmação inequívoca do império ultramarino português, o seu reinado seria marcado por profundas transformações na sociedade portuguesa, que abraçaria o Renascimento, concedendo-lhe os particularismos “portugueses”. Este foi um tempo de vigorosa criação e inovação, a partir de um diálogo com os modelos europeus vigentes nas ciências, nas letras ou nas artes. Foi neste período áureo que emergiram grandes artistas e humanistas, registando-se também o surgimento do estilo manuelino, que teria os seus principais expoentes no Mosteiro dos Jerónimos, na Torre de Belém ou no Convento de Cristo, em Tomar. Tendo como pretensão valorizar o papel da Ordem de Cristo, promoveu a reformulação do seu espaço mais emblemático. Nesse momento, seria construído o templo, coro e sacristia, a poente da Charola, que também veria o seu conteúdo decorativo significativamente alterado. Concretizado num discurso decorativo que celebra as descobertas marítimas portuguesa, foi executado pelos mestres Diogo de Arruda e João de Castilho, destacando-se a famosa janela da Sala do Capítulo, inserida na fachada ocidental da igreja manuelina. A descoberta do caminho marítimo para a Índia, concretizada por Vasco da Gama em 1498, reforçaria o domínio do comércio ultramarino português, bem como o achamento do Brasil, ocorrido no ano de 1500 por intermédio de Pedro Álvares Cabral. Foi neste período que o rei D. Manuel I deslumbraria a corte papal com um elefante, na célebre embaixada realizada no início de 1514. O rei D. Manuel I morreu em Lisboa, a 13 de dezembro de 1521, tendo sido sepultado no Mosteiro dos Jerónimos.