A Torre de Dornes é um dos monumentos mais peculiares dos templários em Portugal. Localizada no concelho de Ferreira do Zêzere, encontra-se implantada num contraforte avançado sobre o rio Zêzere, de onde se tem domínio sobre o mesmo e se desfruta magnifico panorama.
Edificada presumivelmente sobre uma estrutura pré-existente, datável do período da dominação romana, a obra terá sido encomendada pelo Mestre da Ordem do Templo em Portugal, D. Gualdim Pais.
Reedificada segundo os cânones vigentes nas fortalezas templárias, apresenta uma invulgar planimetria com cinco faces, com paramentos aprumados, evoluindo em dois pisos, rematados em friso e cornija, de feitura quinhentista.
Construída em xisto e calcário, o seu pórtico principal encontra-se voltado para norte, ostentando diversos símbolos de âmbito militar na verga da porta, sublinhando a sua missão primordial. No século XVI, após ter perdido a sua função defensiva, a Torre de Dornes foi transformada em torre sineira do templo paroquial de Dornes, que se encontra no seu entorno.
No interior da torre, encontram-se ainda estelas funerárias templárias. No segundo piso, onde se encontra o campanário, possui uma cúpula em abobadilha de tijolo, reaproveitando materiais antigos, sobre trompas de ângulo, de possível feitura quinhentista. As gárgulas dispostas nos cunhais sob o remate deverão ser também desta época.
Atualmente debruçada sobre as águas da barragem de Castelo de Bode, a Torre de Dornes encontra-se imbuída num particular misticismo, fomentado, não apenas pela sua localização e pelo cenário edílico em que está inserida, mas principalmente devido à sua origem estar vinculada à presença da Ordem do Templo em Portugal. Por isso mesmo, é lugar de passagem imperativa no âmbito dos roteiros turísticos templários.
Devido à sua relevância histórica e patrimonial, a Torre de Dornes foi classificada como Imóvel de Interesse Público em 1953.