D. Gualdim Pais é a personalidade mais relevante da história de Tomar e um dos protagonistas inevitáveis da fundação da nossa nacionalidade.
Natural da região de Braga, provavelmente da Terra de Faria, e oriundo de uma família da pequena nobreza minhota, foi segundo filho de D. Paio Ramires e de D.ª Gontrode Soares, irmão de D. Gomes Pais de Priscos, de D.ª Estevaínha Pais e de D.ª Sancha Pais, terá nascido entre 1118 e 1120.
De acordo com a tradição, teria sido armado cavaleiro por D. Afonso Henriques, no campo da batalha de Ourique, em 1139. Ingressando na Ordem do Templo em 1144, esteve durante cinco anos na Palestina, tendo aí participado em diversas campanhas militares contra os muçulmanos, designadamente em Sídon, Antioquia e no célebre cerco a Ascalon.
De regresso a Portugal foi nomeado Mestre da Ordem do Templo em Portugal, cargo que ocupou entre 1156 e 1195, assumindo um lugar de destaque na história dos templários no nosso país, tendo mandado construir os castelos de Pombal, Tomar, Almourol, Idanha-a-Velha e Monsanto, edificados segundo as inovações arquitetónicas para as estruturas militares trouxera da estadia na Palestina.
Em 1156, mandou construir o Castelo de Pombal, que assumiu um papel de vital importância na consolidação das posições alcançadas, integrando a rede de fortalezas da linha defensiva do Mondego.
Na sequência da doação do Castelo de Ceras e seu termo à Ordem do Templo em 1159, haveria de mandar construir o Castelo de Tomar, reabilitando a sua povoação e instalando aí a sede da ordem e o oratório dos cavaleiros.
Em 1159 concedeu forais a Redinha e Ferreira do Zêzere, em 1161 a Tomar e em 1174 à vila de Pombal.
Aliado fundamental de D. Afonso Henriques na conquista de territórios aos muçulmanos, alargou consideravelmente o domínio dos templários em Portugal, que controlavam treze castelos ao longo da fronteira, desempenhando um papel fundamental na defesa e repovoamento do reino.
Morreu a 13 de outubro de 1195, tendo sido sepultado na Igreja de Santa Maria do Olival, em Tomar.