O Convento de Cristo é um dos complexos monumentais mais importantes do património cultural português. Concebido inicialmente como oratório dos cavaleiros templários - a Charola - que ficaria concluída em 1190, integrava-se no vasto complexo de edifícios mandados edificar por D. Gualdim Pais, entre os quais se encontrava o castelo, a vila muralhada, a casa militar, a casa do Mestre e a alcáçova. Na sequência da profunda reforma da Ordem de Cristo levada a efeito pelo Infante D. Henrique a partir de 1421, o castelo, juntamente com os seus anexos, assumiria o lugar de centro administrativo da ordem, enquanto a antiga casa militar tornar-se-ia em um espaço conventual, transformando-se para acolher uma comunidade de religiosos contemplativos. Nesse momento, a antiga alcáçova seria também convertida no espaço residencial do administrador da ordem. No século XVI o edifício sofreria contínuas reformulações que desenhariam os traços primordiais da fisionomia manuelina e maneirista que tornariam o Convento de Cristo numa referência incontornável da história da arte portuguesa. Quando o Rei D. Manuel ascendeu ao trono, teve como pretensão valorizar o papel da Ordem de Cristo, partindo da reformulação do seu espaço mais emblemático. Nesse momento, seria construído o templo, coro e sacristia, a poente da Charola, que também veria o seu conteúdo decorativo significativamente alterado. Concretizado num discurso decorativo que celebra as descobertas marítimas portuguesa, foi executado pelos mestres Diogo de Arruda e João de Castilho, destacando-se a famosa janela da Sala do Capítulo, inserida na fachada ocidental da igreja manuelina. No decorrer do reinado seguinte, sob a égide de D. João III, vai ser construído o grandioso convento do renascimento, contra o flanco poente do castelo, e rodeando os edifícios manuelinos. No conjunto destaca-se o claustro principal, reedificado por Diogo de Torralva ao estilo do “cinquecento” italiano, que é considerada a primeira obra maneirista no nosso país. No decorrer do período filipino, seria acrescentado um aqueduto, com cerca de 6 quilómetros de extensão. Devido à sua relevância histórica e artística, o Convento de Cristo, complexo monumental constituído pelo Castelo, o convento da Ordem de Cristo, a cerca conventual, hoje conhecida por Mata dos Sete Montes, a Ermida da Imaculada Conceição e o Aqueduto dos Pegões, seria classificado, em 1983, como Património Cultural da Humanidade pela UNESCO.