BIOGRAFIA
Sarah Vaughan (1924-1990) foi uma cantora norte-americana de jazz, considerada uma das vozes mais extraordinárias do século XX. Nascida em Newark, Nova Jérsia, começou a cantar e tocar órgão na igreja local. Em 1942, venceu um concurso para amadores no teatro Zeus, cujo prémio era uma apresentação no Apollo Theater, o que lhe abriu portas para integrar a orquestra de Earl Hines e Billy Eckstine, convivendo com músicos como Dizzy Gillespie e Charlie Parker. Vaughan destacou-se pelo timbre rico, amplitude vocal impressionante e capacidade de improvisação, ganhando o apelido “The Divine One”. Ao longo da carreira, gravou dezenas de álbuns e interpretou standards de jazz com sofisticação técnica e emoção profunda. Trabalhou com grandes orquestras e pequenos conjuntos, adaptando-se a diferentes estilos e épocas. Recebeu prémios como o Grammy pelo conjunto da obra e continua a ser referência para cantores e amantes do jazz.
SAI A PASSEIO
OLAVO BILAC
Sai a passeio, mal o dia nasce,
Bela, nas simples roupas vaporosas;
E mostra às rosas do jardim as rosas
Frescas e puras que possui na face.
Passa. E todo o jardim, por que ela passe,
Atavia-se. Há falas misteriosas
Pelas moitas, saudando-a respeitosas…
É como se uma sílfide passasse!
E a luz cerca-a, beijando-a. O vento é um choro
Curvam-se as flores trêmulas … O bando
Das aves todas vem saudá-la em coro …
E ela vai, dando ao sol o rosto brendo.
Às aves dando o olhar, ao vento o louro
Cabelo, e às flores os sorrisos dando…
Desbote-a o inverno! o estão a creste!
Abale-a o vento com fragor!
– Desabe a igreja azul-celeste
Em que oficiava o meu amor!