Natália Correia foi uma das vozes mais proeminentes da literatura e da cultura portuguesas na segunda metade do século XX. Poetisa, romancista, ensaísta, tradutora ficcionista, editora, jornalista e política, Natália Correia nasceu na Fajã de Baixo, ilha de São Miguel, a 13 de setembro de 1923. Aos onze anos de idade, o seu pai emigraria para o Brasil, passando a viver em Lisboa, juntamente com a sua mãe e irmã. Contactando com grandes nomes da intelectualidade portuguesa, como António Sérgio, Cruzeiro Seixas, David Mourão- Ferreira, Urbano Tavares Rodrigues, José-Augusto França ou Luiz Pacheco, Eugénio de Andrade ou Ary dos Santos. Iniciando-se na literatura em 1946, com a publicação da obra infanto-juvenil “Grandes Aventuras de um Pequeno Herói”, foi autora de uma intensa obra literária, na qual revelou uma particular versatilidade, com incursões na poesia medieval e barroca e aproximações ao movimento surrealista português. Manifestando uma forte ligação à sua ilha natal, e ao seu maior poeta, Antero de Quental, escreveria a letra para o Hino dos Açores. Em 1991 Reconhecida através da imprensa escrita e, sobretudo, da televisão seria galardoada, em 1991, com o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, com o livro “Sonetos Românticos”. Amante da liberdade, foi um dos rostos visíveis da oposição anti-fascista, tendo sido condenada a três anos de prisão, com pena suspensa. Após o advento da democracia foi particularmente interventiva, tendo sido eleita deputada à Assembleia da República, destacando-se na salvaguarda do património cultural e na luta pela integração e emancipação da mulher na sociedade portuguesa. Foi condecorada em 1981 com a Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, e com a Ordem da Liberdade em 1991. Morreu em Lisboa a 16 de março de 1993, sendo inicialmente sepultada no Cemitério dos Prazeres e trasladada em 2015 para a sua terra natal. Conforme as disposições testamentárias, o seu espólio literário estão à guarda da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada. A pinacoteca, escultura e recheio da casa encontram-se no Museu Carlos Machado.