Figura de grande relevo na vida política açoriana e portuguesa, Ernesto Hintze Ribeiro, foi um político dominante da fase final da Monarquia Constitucional. Natural da cidade de Ponta Delgada, onde nasceu a 7 de novembro de 1949, licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra, em 1872, tendo exercido advocacia na sua ilha até 1877, quando partiu para Lisboa.
Filiando-se no Partido Regenerador, encabeçado por Fontes Pereira de Melo, iniciou-se na vida política em 1878, como deputado, destacando-se pelo seu ativismo em prol do arquipélago dos Açores. Em 1881 seria chamado para Ministro das Obras Públicas, Comércio e Indústria, apresentando vários projetos tendentes à criação de infraestruturas nos transportes e comunicações e organizando os serviços florestais portugueses.
Em 1883 seria sucessivamente ministro dos Negócios Estrangeiros e ministro das Finanças, missão na qual reestruturaria o sistema alfandegário. Em 1891 foi nomeado conselheiro de estado efetivo.
Durante o rotativismo, sistema de alternância governativa entre regeneradores e progressistas nascido em 1892, após a crise provocada pelo ultimato inglês, Hintze Ribeiro ocuparia o cargo de Chefe do Governo entre 23 de fevereiro de 1893 e 7 de fevereiro de 1897. Voltaria a assumir o cargo três anos depois, num mandato que perduraria mais de quatro anos. Assumiria pela última vez o cargo entre 19 de março e 19 de maio de 1906, depois de muitas vicissitudes e querelas políticas.
Distinto parlamentar e assumindo um particular protagonismo no governo de Portugal na fase final da Monarquia Constitucional, a si se devem importantes reformas conducentes às autonomias insulares.
Considerado o maior tribuno do seu tempo, afirmou-se pela sua fidelidade aos valores da monarquia e por uma atuação política firme e decidida, não conseguindo travar a decadência daquele regime.
Faleceu em Lisboa a 1 de agosto de 1907, no Cemitério do Alto de S. João, quando acompanhava o funeral de um grande amigo seu, o conde Casal Ribeiro.