Manuel de Arriaga foi o primeiro Presidente da República Portuguesa, tendo nascido na cidade da Horta, ilha do Faial, a 8 de julho de 1840.
Oriundo de uma família da pequena aristocracia local, ingressaria no curso de Direito da Universidade de Coimbra, concluindo o bacharelato em 1866 e a licenciatura em 1875. Nesse período, viveu entre Lisboa e Coimbra, contactando com eminentes figuras da intelectualidade portuguesa como Antero de Quental, Oliveira Martins, Luciano Cordeiro, Eça de Queiroz e Batalha Reis.
Membro da geração de 70, aderiu aos ideais republicanos e interveio, desde muito cedo, na vida política e cultural do país, destacando-se na organização definitiva do Partido Republicano Português e na sistematização do ideário republicano. Seria também um dos principais rostos contra o ultimato britânico de 1890.
Na sequência da implantação da República, em 1910 foi nomeado procurador- geral da República e reitor da Universidade de Coimbra. No ano seguinte seria eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte, pelo círculo do Funchal, presidindo às Comissões de Redação e dos Negócios Estrangeiros.
Após uma renhida disputa com Bernardino Machado, a 24 de Agosto de 1911, Manuel de Arriaga foi eleito primeiro Presidente constitucional da República Portuguesa, tendo renunciado ao cargo, a 29 de maio de 1915, três meses antes do final do mandato, devido às crescentes rivalidades entre os republicanos.
Dedicar-se-ia também à literatura, publicando o livro de poemas “Canto ao Pico” (1887), o romance “Síntese Suprema” (1897), “Cantos Sagrados” (1899); “Harmonias Sociais” (1907) e ainda “Na Primeira Presidência da República Portuguesa” (1916), onde justificou a sua conduta política durante o período em que foi chefe do Estado.
Morreu em Lisboa a 5 de março de 1917, sendo sepultado no Cemitério dos Prazeres. A 16 de Setembro de 2004, os seus restos mortais seriam trasladados para o Panteão Nacional.