Localizada no extremo noroeste do Grupo Central do arquipélago dos Açores, a Ilha Graciosa destaca-se pela sua pacatez e beleza natural. Integrando o Grupo Central do arquipélago dos Açores, juntamente com as ilhas de São Jorge, Terceira, Faial e Pico, a Graciosa é a segunda ilha mais pequena dos Açores, apresentando uma área aproximada de 60 km², sendo constituída apenas pelo concelho de Santa Cruz da Graciosa. Detendo um clima temperado oceânico, com baixa pluviosidade, exibe uma tonalidade esbranquiçada, associada também ao seu casario branco e às suas características geomorfológicas. Este facto outorgou-lhe o epíteto de ilha Branca, atribuído por Raul Brandão no seu livro “As Ilhas Desconhecidas”. Com uma população de apenas 4.300 habitantes, maioritariamente concentrados na vila de Santa Cruz da Graciosa, a ilha foi abalada por dois surtos migratórios, o primeiro no início do século XIX, particularmente dirigido para o Brasil, e o segundo em meados do século XX, com destino aos Estados Unidos. Embora a sua exploração se tenha iniciado duas décadas antes, o seu povoamento terá sucedido na década de 1470 por Vasco Gil Sodré. Derivado da baixa altitude da sua costa marítima, mas também do facto da sua posição setentrional, a ilha Graciosa foi acossada por ataques de corsários e piratas no decorrer dos séculos XVI e XVII, conduzindo à edificação de diversas fortificações no seu território. Conjugando o verde da sua paisagem com a alvura das suas povoações, a Graciosa exibe uma particular beleza natural, mantendo uma dimensão significativa de ruralidade, sendo marcada pela atividade agrícola, bem como pela pecuária e produção de lacticínios. Beneficiando de grande fertilidade, a que se associa a sua planura e baixa altitude, a Graciosa destaca-se na produção de meloa e de alhos, mas principalmente pela produção de vinhos licorosos, sendo uma região demarcada. Devido às suas singulares características naturais e culturais, nomeadamente o seu património vulcanológico, que integra cavidades vulcânicas, grutas lávicas e algares, a ilha seria integrada na Rede Mundial de Reservas da Biosfera da UNESCO, no ano de 2007.