Pedro e Inês de Castro

Pedro e Inês de Castro

BIOGRAFIA

A história de Pedro e Inês de Castro é uma das mais célebres e trágicas lendas de amor da história de Portugal. No século XIV, D. Pedro, herdeiro do trono, apaixonou-se por Inês de Castro, dama galega da corte de D. Constança, sua esposa. Após a morte desta, Pedro viveu publicamente com Inês, provocando oposição da nobreza e do rei D. Afonso IV, que temia a influência política da família Castro. Em 1355, Inês foi assassinada por ordem do rei, ato que gerou profunda revolta em Pedro. Quando subiu ao trono, em 1357, ordenou a vingança contra os assassinos de Inês. Mais tarde, em 1360, legitimou os filhos que tinha tido com Inês de Castro, afirmando que se tinham casado secretamente em 1354, em Bragança. A lenda conta que mandou coroar o cadáver de Inês e obrigou a corte a beijar-lhe a mão, gesto que imortalizou o romance na literatura e nas artes. A história de Pedro e Inês tornou-se símbolo de amor eterno e tragédia.

SONHOS MEUS

MARQUESA DE ALORNA

Sonhos meus, suaves sonhos,
Sois melhores do que a verdade;
Quando sonho sou ditosa,
Sem o ser na realidade.

Amor, tu vens nos meus sonhos
Acalmar-me o coração;
Mas cruel! Quanto prometes
Não passa de uma ilusão.

Sonhei, tirano, esta noite,
Sonhei que tu me chamavas,
E que sobre a relva branda
Tu mesmo me acalentavas.

Disseste-me: “Dorme, Alcipe,
Amor sobre ti vigia,
Mal podes temer os fados.”

Dormi: neste dobre sono
Me achei n’um palacio d’ouro:
Entregaram-me uma chave
Para que abrisse um tesouro.

– “Chave mágica, sublime,
Que me vais tu descobrir?
Se é menos do que eu desejo
Será melhor não abrir…”

“Abre, Alcipe” qual trovão
Brada o deus que me vigia:
Acordei sobressaltada,
E abriu-se, mas foi o dia.

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